"Nas famílias ciganas o homem é que manda"
As comunidades ciganas têm sido confrontadas com uma organização social baseada na emancipação da mulher, uma organização distinta da sua, mais tradicional e conservadora.
A subordinação da mulher ao homem, em que “em pequena, obedece ao seu pai; em moça obedece ao pai e aos irmãos; em casada obedece ao marido; em velha, obedece aos filhos”; e a subordinação em relação à idade, em que “os filhos obedecem aos pais (mesmo em adultos), os jovens obedecem aos adultos e a todos os ‘homens de respeito’, que são sempre homens de idade, contrastam em muito com as práticas das culturas do mundo ocidental.
As mudanças sociais têm tido repercussão nos usos e costumes tradicionais das comunidades ciganas, e as mulheres ciganas têm vindo a ser chamadas a assumir um papel fundamental no processo de emancipação do povo cigano. Contudo são confrontadas com enormes dificuldades que procuram ultrapassar com a paciência que lhe foi ensinada pelas avós, tias, mães…
Para as mulheres, ciganas e não ciganas, serem emancipadas é sinónimo de independência económica, perante a precaridade, o analfabetismo, o insucesso escolar, a ausência de saídas profissionais que compensem o desaparecimento progressivo das profissões tradicionais da comunidade, como é a venda ambulante, os estigmas, a habitação precária em que se encontra grande parte da comunidade, continua a adiar este processo de emancipação.